Como temos feito durante maior parte desse ano, continuamos nossos estudos sobre MEDIUNIDADE. E não é demais lembrar que essa temática é comemorativa aos 150 anos de O Livro dos Médiuns!!!
No sábado dia 19 de Setembro, nos reunimos na sala da Mocidade. Claro, cantamos cerca de 30 minutos como sempre (muito bom!!) e depois da prece inicial aprendemos sobre a mediunidade de transporte e a de desdobramento!! Foi um dia cheio de informações interessantes. Inclusive, além de O Livro dos Médiuns, o estudo tinha informações trazidas de obras de André Luiz! Bem Legal!
Abaixo postamos alguns trechos estudados pelos grupos que interagiram e tiraram um monte de dúvidas... aproveite você também!
1) Mediunidade de transporte (do Livro dos Médiuns)
“Mas, da produção de tais fenômenos à obtenção dos de transporte há um mundo de permeio, porquanto, neste caso, não só o trabalho do Espírito é mais complexo, mais difícil, como, sobretudo, ele não pode operar, senão por meio de um único aparelho mediúnico, isto é, muitos médiuns não podem concorrer simultaneamente para a produção do mesmo fenômeno. Sucede até que, ao contrário, a presença
de algumas pessoas antipáticas ao Espírito que opera lhe obsta radicalmente à operação. A estes motivos a que, como vedes, não falta importância, acrescentemos que os transportes reclamam sempre maior concentração e, ao mesmo tempo, maior difusão de certos fluidos, que não podem ser obtidos senão com médiuns superiormente dotados, com aqueles, numa palavra, cujo aparelho eletromediúnico é o
que melhores condições oferece.
“Em geral, os fatos de transporte são e continuarão a ser extremamente raros. Não preciso demonstrar porque são e serão menos freqüentes do que os outros fenômenos de tangibilidade; do que digo, vós mesmos podeis deduzi-lo. Demais, estes fenômenos são de tal natureza, que nem todos os médiuns servem para produzi-los. Com efeito, é necessário que entre o Espírito e o médium influenciado exista
certa afinidade, certa analogia; em suma: certa semelhança capaz de permitir que a parte expansível do fluido perispirítico1 do encarnado se misture, se una, se combinecom o do Espírito que queira fazer um transporte. Deve ser tal esta fusão, que a força resultante dela se torne, por assim dizer, uma: do mesmo modo que, atuando sobre o carvão, uma corrente elétrica produz um só foco, uma só claridade. Por que essa união, essa fusão, perguntareis? É que, para que estes fenômenos se produzam, necessário se
faz que as propriedades essenciais do Espírito motor se aumentem com algumas das do médium; é que o fluido vital, indispensável à produção de todos os fenômenos mediúnicos, é apanágio exclusivo do encarnado e que, por conseguinte, o Espírito operador fica obrigado a se impregnar dele. Só então pode, mediante certas propriedades, que desconheceis, do vosso meio ambiente, isolar, tornar invisíveis
e fazer que se movam alguns objetos materiais e mesmo os encarnados.
(...) “Evidente é, pois, e o vosso raciocínio, estou certo, o sancionará, que os fatos de tangibilidade, como pancadas, suspensão e movimentos, são fenômenos simples, que se operam mediante a concentração e a dilatação de certos fluidos e que podem ser provocados e obtidos pela vontade e pelo trabalho dos médiuns aptos a isso, quando secundados por Espíritos amigos e benevolentes, ao passo que os fatos de transporte são múltiplos, complexos, exigem um concurso de circunstâncias especiais, não se podem operar senão por um único Espírito e um único médium e necessitam, além do que a tangibilidade reclama, uma combinação muito especial, para isolar e tornar invisíveis o objeto, ou os objetos destinados ao transporte.
2.) Definição de Mediunidade de Desdobramento
Desdobramento:
Definição de Lamartine Palhano Jr. na obra "Dicionário de Filosofia Espírita", onde consta que: - "desdobramento é o transe no qual o Espírito do percipiente desloca-se e vai até outros lugares, distantes ou não, fora da dimensão tempo/espaço, e descreve o que vê e o que faz (grifo nosso). É o processo de exteriorização do perispírito, decorrendo vários outros fenômenos: a bicorporeidade ou bilocação, por exemplo, é a materialização do perispírito do médium desdobrado, emancipado (parcialmente ou momentaneamente) do corpo."
- Fenômeno anímico que permite ao espírito libertar-se do corpo parcialmente e estar em outros lugares. Kardec – em A Gênese – diz que “(...) o espírito aproveita-se com satisfação da oportunidade de escapar da prisão corporal sempre que pode.” É um dos mais ricos fenômenos anímicos, em que o ser se move livremente, pensa melhor, decide com maior conhecimento, mantém intenso intercâmbio com encarnados e desencarnados, segundo seus interesses e afinidades.
Vimos as definições em algumas obras e autores
- Hermínio Miranda - Diversidades dos Carismas
"é nesse estado que o espírito consegue entrar na posse de algumas de suas faculdades superiores, pelo acesso aos arquivos da sua memória integral. Daí lembrar-se de encarnações passadas e até mesmo, em situações especiais, afastar a densa cortina que encobre o futuro".
- André Luiz em Mecanismos da mediunidade
“...considerável número de pessoas, principalmente as que se adestraram para esse fim, efetuam incursões nos planos do espírito, transformando-se, muitas vezes, em preciosos instrumentos dos benfeitores da espiritualidade...”
- Martins Peralva - em “ Estudando a Mediunidade “
Ao analisar as situações em que pode ocorrer essa libertação espiritual, chama a atenção para a existência, nos trabalhos mediúnicos, do chamado médium de desdobramento, ou seja, "aquele cujo espírito tem a propriedade ou faculdade de desprender-se do corpo, geralmente em reuniões". Desprende-se e excursiona por vários lugares na Terra ou no Espaço, a fim de colaborar nos serviços, consolando ou curando.
- Gabriel Delanne – A Alma É Imortal (definição e característcia)
As mais das vezes, O Espírito, voltando ao corpo esquece o que ocorreu no curso do desprendimento. (...) Por esta causa no fenomeno de sair do corpo a alma é que geralmente não se conserva a lembrança desse êxodo, visto que o cérebro do agente não foi impressionado pelos acontecimentos que se deram sem participação sua para que houvesse lembrança.
E estudamos também como acontece... foi Andre Luiz que ensinou!
No sono natural (André Luiz Mecanismos da mediunidade)
Na maioria das situações, a criatura, ainda extremamente aparentada com a animalidade primitivista, tem a mente como que voltada para si mesma, em qualquer expressão de descanso, tomando o sono para claustro remançoso das impressões que lhe são agradáveis, qual criança que, à solta, procura simplesmente o objeto de seus caprichos.
Inspiração e desdobramento Dormindo o corpo denso, continua vigilante a onda mental de cada um – presidindo ao sono ativo, quando registra no cérebro dormente as impressões do Espírito desligado das células físicas, e ao sono passivo, quando a mente, nessa condição, se desinteressa, de todo, da esfera carnal.
Nessa posição, sintoniza-se com as oscilações de companheiros desencarnados ou não, com as quais se harmonize, trazendo para a vigília no carro de matéria densa, em forma de inspiração, os resultados do intercâmbio que levou a efeito, porquanto raramente consegue conscientizar as atividades que empreendeu no tempo de sono.
Muitos apelos do plano terrestre são atendidos, integralmente ou em parte, nessa fase de tempo.
Formulado esse ou aquele pedido ao companheiro desencarnado, habitualmente surge a resposta quando o solicitante se acha desligado do vaso físico. Entretanto, como nem sempre o cérebro físico está em posição de fixar o encontro realizado ou a informação recebida, os remanescentes da ação espiritual, entre encarnados e desencarnados, permanecem, naqueles Espíritos que ainda se demorem chumbados à Terra, à feição de quadros simbólicos ou de fragmentárias reminiscências, quando não sejam na forma de súbita intuição, a expressarem, de certa forma, o socorro parcial ou total que se mostrem capazes de receber.
No sono artificial (André Luiz Mecanismos da mediunidade)
Enfileirando algumas anotações com respeito ao desdobramento da personalidade, consoante as nossas referências ao hipnotismo comum, recordemos ainda o fenômeno da hipnose profunda, entre o magnetizador e o sensitivo.
Quem possa observar além do campo físico, reparará, à medida se afirme a ordem do hipnotizador, que se escapa abundantemente do tórax do “sujeito”, caído em transe, um vapor branquicento que, em se condensando qual nuvem inesperada, se converte, habitualmente à esquerda do corpo carnal, numa duplicata dele próprio, quase sempre em proporções ligeiramente dilatadas.
Tal seja o potencial mais amplo da vontade que o dirige, o sensitivo, desligado da veste física, passa a movimentar-se e, ausentando-se muita vez do recinto da experiência, atendendo a determinações recebidas, pode efetuar apontamentos a longa distância ou transmitir notícias, com vistas a certos fins.
Seguindo-lhe a excursão, vê-lo-emos, porém, constantemente ligado ao corpo somático por fio tenuíssimo, fio este muito superficialmente comparável, de certo modo, à onda do radar, que pode vencer imensuráveis distâncias, voltando, inalterável, ao centro emissor, não obstante sabermos que semelhante confronto resulta de todo impróprio para o fenômeno que estudamos no campo da inteligência.
Nessa fase, o paciente executa as ordens que recebeu, desde que não constituam desrespeito evidente à sua dignidade moral, trazendo informes valiosos para as realidades do Espírito.Notemos que aí, enquanto o carro fisiológico se detém, resfolegante e imóvel, a individualidade real, embora teleguiada, evidencia plena integridade de pensamento, transmitindo, de longe, avisos e anotações através dos órgãos vocais, em circunstâncias comparáveis aos implementos do alto-falante, num aparelho radiofônico.
À semelhança do fluxo energético da circulação sanguínea, incessante no corpo denso, a onda mental é inestancável no Espírito. Esmaecem-se as impressões nervosas e dorme o cérebro de carne, mas o coração prossegue ativo, no envoltório somático, e o pensamento vibra, constante, no cérebro perispirítico.
ÓTIMO ESTUDO e até mais!
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